sexta-feira, 30 de setembro de 2011

João Ferreira | escultura




[pɑddø] (pas de deux) (pormenor)
Ferro soldado, madeira de Carvalho e Freixo patinada
250 cm x 140 cm x 70 cm
2011
Assinada: João Ferreira



A escultura [pɑddø] (pas de deux) é composta por uma forma esférica metálica da qual emergem partes de dois corpos humanos em madeira. A obra surge a partir do binómio dança-teatro, o movimento e a representação assumem o principal impacto visual com que nos confronta. A perna feminina impulsiona enquanto o braço masculino distende, ambos sugerem o desejo de superação da forma esférica que os enclausura. Todo o conjunto ganha movimento sobre uma caixa negra que, tal como uma caixa de palco, focaliza a atenção do observador. O autor persiste nesta obra na experiencia estética valorizando sobretudo a linguagem sensorial, no contraste dos materiais, das texturas e das volumetrias, simultaneamente assume a provocação da ironia como espelho espirituoso da condição humana.
A partir de hoje no FOYER | TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA
(Texto: Emilia Nogueiro; Fotografia: Manuel Teles)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Exposição de fotografia | José Pessoa | Galeria HISTÓRIA E ARTE


“O Túmulo de um Rei”

Uma leitura fotográfica

A fotografia de obras de arte exige uma leitura interpretativa. Tarefa de grande responsabilidade que implica método, rigor, autenticidade, compreensão e… criatividade. O túmulo de D. Fernando I, proveniente da Igreja de S. Francisco de Santarém, hoje no Museu do Carmo, “…apesar de se encontrar exposto ao público há já mais de um século, nunca despertou o interesse dos mais notáveis historiadores de arte que apenas lhe dedicaram escassas linhas.” (Arnaud, J.M., 2009). Para um notável estudo de Carla Varela Fernandes (“A imagem de um Rei – análise do túmulo de D. Fernando I”, AAP, Lisboa 2009) levei a cabo este levantamento, por solicitação da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses, a mais antiga instituição de defesa do património, a que me orgulho de pertencer.
Foi, como deveria ser sempre, um trabalho interdisciplinar, entre o historiador e o fotógrafo. A construção das imagens fez parte de um processo de investigação e estas permitiram um novo e surpreendente encontro com uma nova leitura desta extraordinária peça.
Instrumento comparativo fundamental da História de Arte, a Fotografia é também uma expressão artística que deve ser respeitada e usufruída. O Túmulo não deve viajar, mas as imagens podem, é essa uma das suas qualidades.
José Pessoa
2011